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terça-feira, 1 de junho de 2010

SOLAR


lenta é a agonia da paixão
nesses breves dias
sombras e sobras
vão se evaporando


agora os animais imaginários
feitos de nuvens
se exibem plácidos
outra vez


agora o sol
visita este lugar


01.06.2010

sábado, 8 de maio de 2010

MEMÓRIA


Tanto
Quanto o que sei
É o que não sei
Que vem em torrentes
Em vagas intermitentes
Lacunares


Tanto que sei
[Memória]
É tanto o que esqueci
Tanto quanto está na pele
Na memória que não emerge


Tudo está lá
Em algum lugar como marcas
Aciono sem querer
[Movo e sou movido]


A bagagem da memória
Me carrega e eu a carrego
Em mim.


08.05.2010

sábado, 1 de maio de 2010

ESBOÇO


a vida é esboço perdido
onde consta o inusitado


quase descontrole
constante fluir


cotidiano sempre novo
com um novo velho sol
(inexorável)


fruição: destino e escolha


a vida é esboço perdido
onde não consta manual.


01.05.2010

quinta-feira, 29 de abril de 2010

VERÃO


os longos crepúsculos
não resistem
às suas primeiras palavras
sua pele toca o mundo
sigo assim seu rumo
nesses longos crepúsculos.


26.04.2010
FEBRES

depois que as febres e os suores
vão se dissipando
e as dores vão se amenizando
olho no céu sem nuvens
outra vez a linha do céu
o horizonte de todas as vidas


os sentidos recobram sua nitidez
até o paladar volta ao costume


que seria da vida sem estas febres loucas?


que nos ensinam
da nossa imperfeição?
que nos dizem
da nossa finitude?

que nos lembram que tudo passa?


29.04.2010

sábado, 20 de março de 2010

OS PEIXES


Os peixes emergem
Na linha d’água
Para aproveitar
As estrelas cadentes.


2010
MOLDURA


Não quero o mundo
Enquadrado
Pela janela do meu carro.


2010
FUGA

encontro as alucinações
que me assaltam
vislumbro seu rosto perdido
movimentos mecânicos
além dos músculos
aquém

algo entre a pergunta
e a resposta:

dúvida, apego, afeto, amor

e fuga.

04.03.2010
TUDO


eu quero de você
quase nada
mas nada menos
que amor.


04.03.2010
RASCUNHO


eu sou o centro
e não me movo
nem com o novo
nem com o velho
ou o intermediário


rascunho um tempo
fora de mim
escrevo palavras soltas
a significarem
para outros
algo que nem disse.


20.03.2010

domingo, 31 de janeiro de 2010

SINAL

Não me siga
Nem sei o caminho
Me perco sempre
E nem as pedras
Indicam por onde passei.

31.01.2010
QUESTÕES



Para que tanta roupa
Se não é possível esconder
A sua mais íntima face?
Para que disfarce
Se tudo é exposto
Como nas vitrines?
Para que silenciar
Diante de um coração
Em movimento acelerado?
Os hermetismos fabricados
Se lançam com fúria
Na vida.

31.01.2010
LAÇO



As palavras contornam a esquina
Se perdem no éter
Se encontram no poema.


31.01.2010
PASSAGEM


e no entanto, estou aqui
prenhe de objetos sem palavras
e no entanto, o tempo flui
o tempo vem
o tempo estabelece seu império
quanta palavra sem que eu saiba onde
relógios insinuam apenas o que passou
o nome do tempo é saudade.

31.01.2010