SAGITÁRIO A
ilhados
nesta nave
que flutua
entre choros
e navalhas
que desliza
no nonsense das pregações torpes dos homens invertebrados
giramos à
procura da nave-mãe
de uma letra
oculta
que nos
perturba na sua opacidade
tremei: não
há fim à vista!
não há
telescópio para ver a si
esboça-se,
turvo, o repetitivo
o trânsito
ordinário dos insetos
no seu
atávico existir
que nos dá
distância para dizer: não sou eu
acolá se
alinhava
um mar de
química a matar crianças
aquelas que
morrem por aqui bem perto de nós
escapa o juízo,
afinal.
João Lopes
Filho
10/04/2017