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segunda-feira, 10 de abril de 2017

SAGITÁRIO A

ilhados
nesta nave que flutua
entre choros e navalhas
que desliza no nonsense das pregações torpes dos homens invertebrados

giramos à procura da nave-mãe
de uma letra oculta
que nos perturba na sua opacidade

tremei: não há fim à vista!
não há telescópio para ver a si

esboça-se, turvo, o repetitivo
o trânsito ordinário dos insetos
no seu atávico existir
que nos dá distância para dizer: não sou eu

acolá se alinhava
um mar de química a matar crianças
aquelas que morrem por aqui bem perto de nós

escapa o juízo, afinal.

João Lopes Filho
10/04/2017