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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

MONOSSÍLABO

junto com o sol
que se insinua
a dor percorre a garganta golpeada

ventos frios de um outubro estranho
ainda com segredos
trazem chão e uns versos tolos

as caras do facebook esbanjam
o que lhes falta
sísifo se apresenta e impõe sua ordem
giramos nós
(sempre)
a ressaca eleitoral não dá sossego
as notícias, em avalanche, constroem mitos

a garganta dói
o corpo se amofina
contudo, a alma voa nos altiplanos
e os pés planam

diante de tanta notícia
basta um monossílabo
para que o sol exploda em alegria.

06/10/2014
João Lopes Filho


sábado, 4 de outubro de 2014

CÁLCULOS

capturei fragmentos
dos intervalos entre os silêncios
que você enunciou
é tão pouco!

medi o que pude
calculei
me perdi nas horas
perdi o relógio
as horas não economizam tempo

agora procuro bússolas que se dissolveram
em meio a mensagens monossilábicas
é tão pouco!

04/10/2014

João Lopes Filho
SIM

eu caio das nuvens
neste exílio de mim
onde os fantasmas escapam
da superfície onde laboram

as nuvens se desfazem em gotas
atritando os pêndulos
enquanto cesso os passos
na hesitação
enquanto o relógio espera
um sim.

04/10/2014

João Lopes Filho

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

SETAS

o mundo parece parado aqui
o mundo parece parado
o mundo parece um mundo
de tantas placas a seguir
na construção do passo
do salto
das voltas e voltas
da circularidade sem sair do lugar
um mundo de setas
um mundo de frases agudas
que aguardam se inscrever no ar
o mundo abre as cortinas
e pede um passo
um passo no mundo
no escuro onde pode toda luz.

03/10/2014

João Lopes Filho
QUANDO

o quando se instala
exige um tanto, um passo
excede na medida.
afinal tudo é tão finito!
é
embora não seja
tanto quanto não parece ser.

03/10/2014

João Lopes Filho