SOPROS
o ar
transfigurado em sopros
me devolve meus próprios segredos
volteia
faz redemoinhos
se reduz ao calar-se
me devolve ao silêncio
me ins(pira)
o ar falante
traz a imagem
de quem habita minhas cenas
nos últimos dias
em “obssessão infinita”
não é amor
é do amor um pedaço
é o ar sem dizer sim nem não
são os sopros
que passam como trens velozes
numa estação flutuante
é o ar
transfigurado em sopros
me devolvendo meus próprios segredos
20/12/2014
João Lopes Filho