QUIMERA
dos devaneios
o insone deslumbre dos restos diurnos
se sobrepõe a vigília
a contemplar a planície
onde as miragens vão se esmaecendo
ouço as vozes que interrogam o vazio
o arrastar da marcha das multidões
como eco do futuro
agora hibernam no sono letárgico
no rivotril das imagens das telas lacunares
a avalanche noticiosa nubla o sentir
detém a marcha
enquanto os mortos seguem seus destinos
aqueço o coração nos moinhos de vento
João Lopes Filho
18/05/2017