ASAS
ganhei asas
nos infinitos sem flâmulas
o jazz arrebenta, castiga, traduz, induz
enquanto as últimas palavras queimam a pele úmida
a medida dos quilômetros
expressa a estrada
ignora o tempo
estrelas tão pretéritas
trafegam acolá
transbordam o pensamento
é tudo que escapa
enlaça
nos lança na imensidão
assim, seu existir tornou-se música
e me desperta todas as manhãs
16/07/2018
João Lopes Filho