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sábado, 20 de dezembro de 2014

SOPROS

o ar
transfigurado em sopros
me devolve meus próprios segredos

volteia
faz redemoinhos
se reduz ao calar-se
me devolve ao silêncio
me ins(pira)

o ar falante
traz a imagem
de quem habita minhas cenas
nos últimos dias
em “obssessão infinita”

não é amor
é do amor um pedaço
é o ar sem dizer sim nem não
são os sopros
que passam como trens velozes
numa estação flutuante

é o ar
transfigurado em sopros
me devolvendo meus próprios segredos

20/12/2014

João Lopes Filho

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