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domingo, 11 de outubro de 2009

O QUE A NOITE TRAZ

Os sons da noite se fazem audíveis
A marca do relógio
O tempo da saudade de quem desconheço
Os poemas de Arnaldo Antunes
As máquinas com seus silvos repetitivos
Tudo insiste em ocupar pedaços da noite

Os sons da noite se fazem audíveis

Os relógios registram o tempo
Os relógios não marcam as marcas
Os relógios anunciam uma metáfora de existir
Os relógios interrompem o fluxo da vida
Os relógios repetem a ficção

Esta noite traz um vento desorientado
O poeta está perdido na miragem dos pontos de luz
As estrelas parecem estar no chão
A cidade vai silenciando o dia
A noite assoma plena
Quando os relógios fixam a hora de dormir
Saudade de mim
Saudade de ninguém
Saudade do futuro
Eu aguardo que eu durma e acorde
Eu me divido
Eu sonho
Eu contemplo a cidade
Parece que as estrelas estão no chão.

01.10.2009

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