FLUXO
o vento invernal
do pleno agosto
dilui minhas imprudências
da janela do mundo
espreito sua respiração
e canto
canto desafinado
no encalço dos indícios
do tecido dos sonhos
da mão do desejo
da correnteza
da paz que lembro
do que é música que toca o corpo
em pleno agosto
há fluxo
das horas intensas
perfumosas
e ancestrais
há fluxo
do imperfeito passado
do aconchego que vem do futuro.
17/08/2014
João Lopes Filho
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