ZEITGEIST
o sangue escorre pela sarjeta
sem nome
um número na série dos mais uns
não há espanto
só chuva dos olhos em silêncio abismal
emudece o i ching
quando a moeda vira alma
na turbulência dos haveres
a primavera se transmuta em pesadelo
na chuva de estilhaços
sem que se saiba dar os nomes às coisas
pelos gadgets chegam as notícias
do fim do mundo: os corpos retorcidos
pelas bombas se
atrevem nas fotografias: os futuros se
destroçam
sem mais um segundo a
perdurar
as ficções se desintegram
na invenção do tempo
na incerteza de que tudo pode ser bem o contrário
09/11/2016
João Lopes Filho
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