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sexta-feira, 18 de julho de 2014

FURO

os discos de Saramago acendem
na sua ordem imutável
moto-contínuo
repetição

o vermelho está confuso
pálido

na marcha em direção a um futuro
sempre futuro
furo

me mesclo à fauna humana volátil
do terminal de coletivos
por uns segundos
sem passagem para nenhum lugar

é  o meio da manhã
é um lugar perdido no mundo
é o mundo

o destino é logo ali
não falta nada
Falta um botão na minha camisa.

João Lopes Filho

21/05/2014

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