SUSTO
da janela que recorta a cidade
e a vastidão
miro as miragens que construo
das nuvens
dos prédios vazios
da réstia de sol
que trazem o teu sorriso
decalco um instantâneo
de mim
sem fotografias acidentais
o anúncio me chama para o chão
e oferece viagens a Paris
eu nem me desfiz da miragem
da fantasia de flanar na cidade
e tomar susto
com tua irrupção
no avesso do mundo
eu mudo
eu puro susto
feliz
tu dizes do amor
do solstício que se vai
e do sol que se inclina sobre mim.
03/09/2014
João Lopes Filho
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