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quinta-feira, 8 de junho de 2017

CÂNTAROS

eram cântaros
nem sabia
foi o ressoar da palavra
na estação das chuvas

nos recônditos onde nada se escondia
diante dela que via tudo: cântaros
uma mãe gigante:
comeeira, telha, teto e luz

Chove a cântaros!

a professora anunciou:
oração sem sujeito
verniz do  mundo que se esboçava
naquele passo onde as goteiras eram lúdicas

as feras imaginárias
não frequentavam os dias nublados
apenas o célere compasso das formigas
na sua ordem imutável
e coisas assim como barquinhos de papel

a mãe, lança em riste,
guerreava com o mundo
o mundo era tudo menos entorno

Chovia a cântaros!

João Lopes Filho
08/06/2017

Um comentário:

  1. Fui ao dicionário saber de "cantaro" ai me deparo com a "oracor sem sujeito" Um texto rico e cheio de simbolismo. Parabéns

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