CÂNTAROS
eram cântaros
nem sabia
foi o ressoar da palavra
na estação das chuvas
nos recônditos onde nada se escondia
diante dela que via tudo: cântaros
uma mãe gigante:
comeeira, telha, teto e luz
Chove a cântaros!
a professora anunciou:
oração sem sujeito
verniz do
mundo que se esboçava
naquele passo onde as goteiras eram lúdicas
as feras imaginárias
não frequentavam os dias nublados
apenas o célere compasso das formigas
na sua ordem imutável
e coisas assim como barquinhos de papel
a mãe, lança em riste,
guerreava com o mundo
o mundo era tudo menos entorno
Chovia a cântaros!
João Lopes Filho
08/06/2017
Fui ao dicionário saber de "cantaro" ai me deparo com a "oracor sem sujeito" Um texto rico e cheio de simbolismo. Parabéns
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