ESPELHO
a tempestade lhe revolve por inteiro
as explicações se estilhaçam
como meros enfeites de papel
o rio fluxa oposto a si
na contracorrente das urgências
as cores e temporais lhe golpeiam
como ondas gigantes
segue em fluxo luminoso
hóspede do acaso
na sedução das imagens
desanda nas águas
se vê no espelho das águas
nelas imerge
e canta como num último suspiro
a língua afiada no esmeril do devir
lambe as labaredas
como se o hoje fosse tudo que detém nas mãos
João Lopes Filho
26/06/2017
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